15
Jan15
GRADES
Peter
Se te cantar é como uma prisão
onde te vejo imerso em abandono
incuria e mais que isso podridão
do vento não, das garras do teu dono.
se te cantar com mágoa e com saudade
me encharco nas ranhuras dos teus veios
falta-te a luz a cor a urbanidade
a tensão eriçada dos teus seios.
e das grades que tomas com brandura
estreitas verde painel dos teus segredos
talvez um dia nasça o sol, altura
de te vestires e adornares os dedos
de endireitares os troncos e a postura
de natureza livre em mil aedos.