OS CURIOSOS OPORTUNOS DO BUSSACO
No quadro dum governo que nomeia por amizades e clientelas está o Bussaco de hoje, fora do escrutinio jornalistico mercê da pequena superficie dos seus 105 hectares, do abandono a que o proprietário Estado o votou, entregando-o à curiosidade de mordomias várias, sem conhecimento nem preparação própria para gerir um espaço florestal de valia nacional. Não faz sentido estar nas mãos dum grupo de amadores da coisa publica. Neste caso do Bussaco, o percurso da ultima nomeação está bem à vista e comprova de forma clara a observação. Mestre escola , empresário futebolistico, mordomo de festas, vereador e vice presidente autárquico, um ano antes do fim do mandato municipal mudou-se para uma fundação socrática , iniciando o seu percurso democrático dentro duma ética republicana "pro bonus," em paralelo com o rendimento silenciado da vice presidência . Em igual silêncio, sem concursos ou transparência, um ano depois dum cargo oportunamente precário, combinado nos alforjes partidários, no fim do dito ano "pro bonus" em que nada fez na mata do Buçaco, exceto expor todo o território á eventual entrada dum incêndio que andou perto e que só o acaso das direções do vento evitou . Findo o verão, a Mata e Serra estão na mesma, para pior, e o mestre, remunerado pelos impostos que pagamos com cinco mil euros mês, escreve-se numa ata da câmara, pretende em cinco anos fazer o que não fizeram em vinte. O ramal é o mesmo da senhora ministra e ex -presidente da CCRC do Centro, dos ministros da saúde e de todas as nomeações partidárias a que vamos assistinto. Sem transparência, sem verdade, sem ética republicana, sem moral . sem profissionais à altura. Assim se entrega este país ao amadorismo da politica publica, ao miserabilismo de milhões de portugueses, um abono da bondosa máfia partidária, face aos empregos baratos, de que os professores são triste exemplo dentro das ambiguidades e incompetências com que são tratados depois de lhes pedirem uma educação de qualidade numa escravatura atual.
Claro que as contas globais são viciadas, o país caminha ao contrário, faz casas sem alicerces e os resultados nunca poderão elevar os niveis coletivos á dignidade minima. O Bussaco é uma vítima desta desta falta de politicas capazes, da proliferaçáo da clientela , agora municipal, por onde passam familiares e amigos dos eleitos e toda uma panóplia de falta de criatividade, de saber, de poder estrutural e financeiro para manter um valioso recurso florestal, botânico, histórico, religioso, militar ,turistico-termal. Como no que diz respeito ao Palace Hotel do Bussaco, uma referência mundial no mundo dos hoteis de charme , que se pretende levar para as mãos duma fundação de curiosos em hotelaria e turismo, que o pretende obter politicamente para arranjar receitas que o Estado não lhes dá. Por esta via da pacovice arranjista de quem não sabe, a destruição deste património reprodutor de riqueza, está á vista. Ao Buçaco urge dar uma equipa de profissionais competentes , sérios, conhecedores da complexa área e acabar de vez com esta brincadeira de entregar um património nacional a outrem, por outras palavras, do Estado se ver livre do património que lhe pertence e da sua manutenção , entregando-o irresponsavelmente a meia duzia de curiosos sem qualificações. Um Portugal por fazer que nunca se fará por vias de retórica e compadrios como estes, antes de ser politicamente resgatado do oportunismo, das influências, do xico espertismo atávico da alma portucalense, das amizades, dos interesses , das familias, dos corruptos e da dualidade da justiça social.